Num primeiro momento, assim que
a pergunta é lançada, acredito que todos imaginam no tempo de publicação que
aquela revista tem, ou seja, há quantos anos ela existe. Mas será que está
correto responder essa pergunta se baseando há quanto tempo a edição foi às bancas?
Em minha opinião o que vai
definir se uma edição é rara ou não, seria o número de exemplares da mesma, que
existem no mundo. E como saber disso? Realmente não tem como saber com toda
certeza quantos exemplares existem de um determinado número, mas dá pra
deduzir. Então é aí onde entra o tempo de lançamento. Quanto mais tempo, e mais
antiga for à publicação, deduz-se que menos exemplares tenham. Isso depende
também da tiragem, é claro, o que também não é tão simples de se saber com
convicção.
Partindo desta premissa, só vai
ser um gibi raro aqueles que existem poucos. Não considero raros aqueles que são
caros, mas que existem muitos no mercado pra vender. Têm uns que são tão caros,
mas que quando pesquisamos a disponibilidade a venda, têm muitos só que com preços
exorbitantes. Então concluímos que neste caso o problema não é de escassez e
sim de especulação.
Exemplo: se certo gibi saiu em
bancas recentemente e logo se esgotou e não tem mais em nenhum lugar pra
vender, alguns fatores tem que ser analisados sobre o porquê isso aconteceu pra
saber se ele está raro. Primeiro é que se foi uma edição histórica, muitas
pessoas compraram pra revender por um preço superior ao de capa quando se esgotasse
o que aconteceu realmente já por conta dessa ideia de revenda. Isso me faz lembrar
uma HQ do Tio Patinhas A Moeda de Um
Milhão de Dólares, em que ele
pra tornar uma moeda que não tina nenhum valor em raridade, recolhe todas as
outras que são iguais e joga todas fora, ficando apenas com uma. Assim, como agora
só existe uma única moeda daquelas no mundo inteiro, ela passa a ser uma moeda muito
rara.
É mais ou menos assim que acontece
no mercado de quadrinhos hoje em dia, principalmente quando se trata de gibis
destinados ao público mais adulto como alguns volumes com HQs de super-heróis. Quando
um encadernado é lançado, os especuladores compram muitos de uma vez só, o que
faz com que se esgotem rápido, pois os leitores não compraram e sim mudou
apenas de mãos e foram pra vendedores diferentes sendo muitos deles uns exploradores.
Um exemplo claro disso é o Mercado Livre, que se tornou agora Mercenário Livre.
Essas revistas não são raras,
pois existem muitos exemplares e na maioria das vezes nas mãos de poucos. É
comum ver no ML, vendedores com números repetidos de edições lançadas
recentemente e já esgotadas. E adivinha? Vendendo pelo dobro do preço de capa!
Bem, mas isto do ML todos já sabem, e não tem nada de errado, afinal o que
determina o valor do preço num sistema capitalista é a procura. Se a procura é
grande... o preço vai ser alto mesmo!
Bem, o que eu queria
compartilhar já disse. É que o que determina a raridade de uma edição não é o
valor, o preço de mercado, pois isso pode ser facilmente fabricado num tempo em
que os quadrinhos estão em alta. Não compro nada com um preço muito alto, principalmente
se sei que saiu há pouco tempo. Se o lançamento é novo, logo ele vai aparecer
por um preço baixo, às vezes até por menos do que o da capa, pois têm muitos
nas mãos de leitores que certamente por não colecionar, logo, logo vão se desfazer
deles.
O único problema é que
geralmente vamos ter que contar com um pouco de sorte, pois a única coisa que
vai garantir que esses gibis cheguem a nossas mãos em bom estado será o
instinto natural que cada um tem de conservar aquilo que está em mãos por
hábito, o que são poucas pessoas que têm quando se trata de gibis.